Indústria regional
Atividade industrial recua em nove dos 15 locais pesquisados pelo IBGE
11/07/2025 09h00 | Atualizado em 11/07/2025 10h56

Em maio de 2025, o recuo de 0,5% da indústria do país frente a abril, na série com ajuste sazonal, foi acompanhado por nove das 15 locais pesquisados pelo IBGE: Mato Grosso (-7,0%), Bahia (-3,7%) Amazonas (-3,3%), Minas Gerais (-1,9%), Região Nordeste (-1,3%), Goiás (-1,1%), São Paulo (-0,8%) Pernambuco (-0,6%) e Santa Catarina (-0,2%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada hoje (11) pelo IBGE.
Mato Grosso acumula recuo de 8,9% nos últimos dois meses. Já a Bahia interrompeu dois meses seguidos de alta, período em que cresceu 2,3%, e o Amazonas intensificou a queda observado em abril (-1,3%). Para Bernardo Almeida, analista da Pesquisa Industrial Mensal Regional, “alguns fatores já conhecidos ajudam a explicar a perda de ritmo na produção industrial e o predomínio de locais em campo negativo: taxa de juros em patamares elevados, reduzindo os investimentos nas linhas de produção; incertezas tanto no mercado doméstico quanto no internacional; a inflação recaindo sobre o consumo das famílias e sua renda disponível, levando a produção a se adequar a uma demanda mais arrefecida”.
Por outro lado, a atividade industrial do Espírito Santo mostrou uma alta de dois dígitos (16,2%), a mais intensa do mês e a maior taxa desse estado desde janeiro de 2023 (24,2%). “O setor extrativo, bastante atuante dentro da indústria capixaba, impulsionou e contribuiu para seu comportamento positivo em contrapartida ao movimento da indústria nacional nesse mês”, observa Almeida. Além disso, Ceará (3,5%), Rio de Janeiro (2,0%), Paraná (1,3%), Pará (0,9%) e Rio Grande do Sul (0,2%) também assinalaram resultados positivos em maio de 2025.
Frente a maio de 2024, a atividade industrial avançou em 11 dos 18 locais
Na comparação com maio de 2024, o setor industrial cresceu 3,3%, com resultados positivos em onze dos dezoito locais pesquisados. As maiores altas foram do Rio Grande do Sul (29,1%) e Espírito Santo (23,9%), ambos com taxas de dois dígitos. A indústria gaúcha foi impulsionada, principalmente, pelos produtos químicos, produtos alimentícios, máquinas e equipamentos, produtos do fumo, artefatos do couro, artigos para viagem e calçados e veículos automotores, reboques e carrocerias. Já no Espírito Santo o impulso veio das indústrias extrativas. Para Bernardo, “ambas as taxas podem ser explicadas pelas baixas bases de comparação em maio de 2024, salientando que, no mesmo período do ano anterior, a indústria gaúcha enfrentava paralisações em diversas unidades produtivas, devido às enchentes”.
Nove dos 18 locais pesquisados acumulam alta na indústria em 2025
O crescimento acumulado no ano do setor industrial, em relação ao mesmo período de 2024, chegou a 1,8%, com resultados positivos em nove dos dezoito locais pesquisados. Os líderes foram Pará (9,6%) e Paraná (5,7%). As indústrias extrativas e metalurgia tiveram protagonismo no Pará. “O aumento na produção de minérios de manganês, de cobre e de ferro contribuiu para desempenho no campo positivo da indústria paraense para este tipo de comparação”, observa o analista. No Paraná, o crescimento veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos químicos. “O comportamento positivo da indústria paranaense, nesse mês, demonstrou grande influência desses setores, com aumento na produção, principalmente, de automóveis e autopeças, no primeiro setor, e de óleo diesel e gasolina automotiva, no segundo.”
Indústria de São Paulo mostra recuos nas três comparações
Em maio, atividade industrial de São Paulo recuou 0,8% frente a abril, livre de influências sazonais, e caiu 1,3% frente a maio de 2024. Além disso, no acumulado de janeiro a maio (frente ao mesmo período do ano passado) a indústria paulista registra queda de 0,7%.
Além disso, o índice com ajuste sazonal mostra que a indústria de São Paulo está 22,1% abaixo do seu ponto de maior atividade, que foi atingido em março de 2011. “Na comparação com abril, com ajuste sazonal, a produção industrial paulista atinge sua segunda taxa negativa consecutiva, acumulando perda de 2,5% no período, e, com esse resultado, encontra-se 0,6% abaixo do seu patamar pré-pandemia, estabelecido em fevereiro de 2020. Além disso, o setor extrativo também contribuiu para esse comportamento negativo em maio. Já nas comparações interanuais, frente a maio de 2024 e no acumulado no ano, o setor farmacêutico é o que mais influencia negativamente”, avalia Almeida.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional, relativa a junho de 2025, será em 11 de julho.