Estimativa de junho aponta safra recorde de 333,3 milhões de toneladas em 2025, alta de 13,9%
10/07/2025 09h00 | Atualizado em 10/07/2025 10h13

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (10) pelo IBGE, mostra que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 333,3 milhões de toneladas em 2025. Trata-se de um valor 13,9% ou 40,6 milhões de toneladas maior do que a safra obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas). Na comparação com maio, a estimativa registrou alta de 0,2%, um acréscimo de 698,6 mil toneladas.
A área a ser colhida este ano deve ser de 81,2 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 2,7% (2,1 milhões de hectares a mais) em relação à área colhida em 2024. Frente ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou uma expansão de 15,3 mil hectares (0,0%).
“A estimativa de junho para a safra 2025 é recorde da série histórica do IBGE. O crescimento da safra brasileira de cerais, leguminosas e oleaginosas em relação a 2024 é consequência do aumento da área plantada e da produtividade das principais culturas, uma vez que, com exceção do Rio Grande do Sul, o clima no segundo semestre de 2024 e durante o ano de 2025 favoreceu as lavouras nas principais unidades da federação produtoras”, explica o gerente do LSPA, Carlos Barradas.
Os principais destaques positivos da safra 2025 em junho, frente a maio, são os crescimentos das estimativas da produção do milho (131,4 milhões de toneladas), do café canephora (1,2 milhão de toneladas ou 20,0 milhões de sacas de 60 kg), da cevada (545,9 mil toneladas) e do algodão – em caroço (9,3 milhões de toneladas). O arroz, o milho e a soja representam 92,6% da estimativa da produção e são responsáveis por 88,0% da área colhida. Na comparação com 2024, houve aumentos na produção estimada do algodão herbáceo em caroço (5,3%), do arroz (16,0%), do feijão (4,2%), da soja (13,9%), do milho (14,6%, sendo 13,4% para o milho 1ª safra e 14,8% para o milho 2ª safra), do sorgo (9,0%) e do trigo (5,9%).
Ainda frente a 2024, mas no que se refere à área a ser colhida, ocorreu crescimento de 5,6% na do algodão herbáceo (em caroço), 11,4% na do arroz em casca, 3,3% na da soja, 3,3% na do milho (declínio de 4,1% no milho 1ª safra e crescimento de 5,4% no milho 2ª safra), e de 5,5% na do sorgo. Por outro lado, as áreas do feijão (-5,0%) e do trigo (-14,7%) apresentaram reduções.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de junho mostrou variação anual positiva para todas as regiões do país: Centro-Oeste (17,5%), Sul (8,2%), Sudeste (14,7%), Nordeste (9,2%) e Norte (15,2%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos o Norte (0,6%), o Nordeste (0,4%) e o Sul (0,5%). Sudeste (0,0%) e Centro-Oeste (0,0%) mantiveram as estimativas do mês anterior.
Em relação a maio, os principais aumentos nas estimativas de produção ficaram por conta da cevada (30,3% ou 126 900 t), do café canephora (10,8% ou 117 295 t), da aveia (1,2% ou 15 800 t), do algodão herbáceo (0,8% ou 76 469 t), do café arábica (0,8% ou 17 081 t), do milho 1ª safra (0,6% ou 153 684 t), do milho 2ª safra (0,4% ou 430 594 t) e do feijão 3ª safra (0,0% ou 53 t).
No sentido oposto, houve quedas nas estimativas da produção do feijão 2ª safra (-0,7% ou -8 957 t), do trigo (-0,6% ou -48 700 t), do feijão 1ª safra (-0,4% ou -5 138 t) e da soja (0,0% ou -11 744 t).
“O aumento na estimativa da produção de aveia e de cevada se deve ao receio dos produtores em cultivar o trigo, pois nos últimos anos o clima não tem beneficiado as lavouras desse cereal, que ainda apresenta a desvantagem da necessidade de ser colhido com uma qualidade mínima para poder ser comercializado a preços mais compensadores. Já o crescimento da produção de milho pode ser explicado pelo aumento da área plantada e da produtividade na safra corrente, pois o clima beneficiou as lavouras, quando comparado com o ano anterior. Além disso, na época do plantio do milho os preços estavam mais compensadores, o que não aconteceu na safra de 2024, fazendo com que os produtores investissem mais na cultura. Outros destaques da safra brasileira de grãos em 2025 são a soja, cujas lavouras apresentaram excelente desenvolvimento nas principais unidades da federação produtoras, e o algodão (em caroço)”, acrescenta Carlos.
Com 31,5% de participação, Mato Grosso mais uma vez lidera a produção nacional de grãos
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 31,5%, seguido por Paraná (13,6%), Goiás (11,6%), Rio Grande do Sul (9,7%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,5%), que, somados, representaram 79,5% do total. Em relação às participações das regiões brasileiras, o panorama é o seguinte: Centro-Oeste (51,0%), Sul (25,4%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,4%) e Norte (6,3%).
As principais variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Paraná (447 100 t), na Bahia (177 648 t), no Tocantins (108 880 t), em Rondônia (12 350 t), no Espírito Santo (4 460 t), no Amazonas (623 t) e no Rio de Janeiro (38 t). Já as principais variações negativas foram observadas em Pernambuco (-16 142 t), no Ceará (-15 276 t), em Sergipe (-9 674 t), no Maranhão (-5 334 t), no Rio Grande do Norte (-3 814 t), em Alagoas (-1 552 t) e no Amapá (-680 t).
Sobre o LSPA
Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro. Acesse os dados no Sidra. A próxima divulgação do LSPA, referente a julho, será em 14 de agosto.