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PNAD Contínua

No Brasil, 88,9% da população de 10 anos ou mais tinha celular em 2024

Editoria: Estatísticas Sociais | Luiz Bello | Arte: Helga Szpiz

24/07/2025 10h00 | Atualizado em 24/07/2025 15h17

  • Destaques

  • Em 2024, o Brasil tinha 167,5 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade com telefone móvel celular para uso pessoal. Isto correspondia a 88,9% da população nessa faixa etária.
  • De 2016 para 2024, entre a população de 10 anos ou mais, a posse de telefone celular subiu de 77,4% para 87,6% em 2023 e para 88,9%, em 2024. Nas áreas rurais, a expansão foi ainda maior, passando de 54,6%, em 2016, para 77,2%, em 2024.
  • Por cor ou raça, 91,1% da população branca possuía telefone móvel celular, percentual maior que os das pessoas pretas (88,5%) e pardas (87,0%).
  • De 2019 para 2024, a proporção de idosos com celular para uso pessoal subiu de 66,6% para 78,1%, a maior alta entre os grupos etários analisados.
  • Em 2024, no país, estima-se que 20,9 milhões de pessoas não tinham telefone móvel celular para uso pessoal, representando 11,1% da população de 10 anos ou mais de idade. Esse percentual era 18,6%, em 2019, e 12,4%, em 2023.
  • No grupo etário mais jovem (10 a 13 anos), o principal motivo para não ter celular foi a preocupação com a privacidade e segurança, apontado por 24,1%. Em seguida, vieram a falta de necessidade (22,8%) e o preço do aparelho telefônico (21,5%).
Preocupação com segurança e privacidade foi o principal motivo para que as crianças de 10 a 13 anos não tivessem celular para uso pessoal - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Em 2024, 167,5 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone móvel celular para uso pessoal no país. Isto correspondia a 88,9% da população dessa faixa etária. Nas áreas urbanas, 90,5% da população investigada possuíam telefone celular para uso pessoal, enquanto nas áreas rurais esse percentual foi de 77,2%. Os dados são do módulo anual da PNAD Contínua sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), divulgado hoje pelo IBGE. Leia também as notícias sobre tecnologias da informação e comunicação nos domicílios e sobre a população com 10 anos de idade que acessou a internet

Analisando por sexo, 90,2% das mulheres e 87,5% dos homens tinham telefone móvel celular para uso pessoal no Brasil. Por cor ou raça, verifica-se que 91,1% da população branca possuía telefone móvel celular, valor acima do estimado para as pessoas pretas (88,5%) e pardas (87,0%).

A posse de telefone celular subiu de 77,4% em 2016 para 87,6% em 2023 e, finalmente, para 88,9% da população de 10 anos ou mais em 2024. Nas áreas rurais, a expansão foi ainda maior, passando de 54,6%, em 2016, para 77,2%, em 2024.

As diferenças regionais quanto à posse de celular para uso pessoal vêm diminuindo progressivamente. Os menores percentuais, em 2024, permaneceram no Norte (83,7%) e Nordeste (84,0%), enquanto nas demais grandes regiões os percentuais variaram de 91,3% (Sudeste) a 92,6% (Centro-Oeste).

De 2023 para 2024, na população de 10 anos ou mais de idade que possuía telefone móvel celular para uso pessoal, a parcela que tinha acesso à Internet por meio desse aparelho variou de 96,7% para 97,5%. Na área rural, esse indicador cresceu 1,7 p.p., de 94,3% para 96,0%, permanecendo, contudo, um pouco menor que o da área urbana, que variou de 97,0% para 97,7%.

78,1% dos idosos têm celular

Em 2024, o percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal, em cada grupo etário, registrou o seu mínimo no grupo de 10 a 13 anos de idade (56,5%), elevando-se entre as pessoas de 14 a 19 anos (87,6%). As maiores participações ocorreram nos grupos de 25 a 29 anos (96,4%) e de 30 a 39 anos (96,5%). Nos grupos etários seguintes, o percentual declinou gradualmente até o dos adultos de 50 a 59 anos (92,4%), terminando com queda mais acentuada entre os idosos de 60 anos ou mais (78,1%).

Entre 2023 e 2024, houve variação positiva do percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal em todos os grupos etários. O maior crescimento foi entre as pessoas de 14 a 19 anos e de 60 anos ou mais de idade, ambos os grupos com expansão de 2,0 p.p.  no último ano. De 2019 a 2024, o maior crescimento foi observado entre a população idosa (11,5 p.p.), variando de 66,6% para 78,1%.

Na rede pública, 73,7% dos estudantes têm celular, contra 94,2% da rede privada

Em 2024, enquanto 94,2% dos estudantes da rede privada tinham telefone móvel celular para uso pessoal, esse percentual era de apenas 73,7% entre os da rede pública.

No ensino fundamental, apenas 60,1% dos estudantes da rede pública tinham o aparelho, frente a 78,0% da rede privada, uma diferença de 17,9 p.p. Entre os estudantes do ensino médio, a diferença por rede de ensino se reduz para 6,3 p.p. (90,7% da rede pública e 97,0% da rede privada), ao passo que para os estudantes do ensino superior o percentual praticamente se iguala e alcança a quase universalidade nos dois grupos (99,2% e 99,6%, respectivamente).

30,4% da população de 10 anos ou mais não têm celular por não saber usá-lo

Em 2024, estima-se que 20,9 milhões de pessoas não tinham telefone móvel celular para uso pessoal no Brasil, representando 11,1% da população de 10 anos ou mais de idade. Esse percentual era 18,6%, em 2019, e 12,4%, em 2023.

Ao analisar o perfil dessas pessoas por sexo, em 2024, 54,4% eram homens, e 45,6%, mulheres. Por grupo etário, 36,9% eram pessoas de 60 anos ou mais, e 24,2% pertenciam ao grupo de 10 a 13 anos de idade. Por nível de escolaridade, 80,3% não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental.

Os três motivos mais frequentes para as pessoas com 10 anos ou mais de idade do país não terem celular foram: não sabiam usar (30,4%); falta de necessidade (21,8%) e o aparelho era caro (19,4%).

Os demais motivos elencados foram: costumavam usar o telefone móvel celular de outra pessoa (10,8%); preocupação com privacidade ou segurança (7,6%); serviço era caro (2,4%); e serviço de telefonia móvel celular não estava disponível nos locais que costuma frequentar (0,5%).

Cresce a preocupação com privacidade e segurança

Entre 2022 e 2024, observa-se uma redução gradual do percentual de pessoas que apontaram o preço do aparelho como principal motivo para não ter celular, com quedas anuais de 1,4 p.p. em 2023 e 4,0 p.p. em 2024. A preocupação com privacidade ou segurança, por outro lado, apresentou aumento de participação no período, tendo sido apontada por 4,7% das pessoas em 2022, elevando-se para 6,1% em 2023 e em seguida para 7,6% em 2024.

Por grupos etários, entre os dois grupos que concentravam a maior parte das pessoas que não possuíam aparelho celular, os motivos alegados eram bastante distintos. Para as pessoas de 10 a 13 anos de idade, o motivo mais alegado foi preocupação com privacidade ou segurança (24,1%), além de falta de necessidade (22,8%) e de o aparelho telefônico ser caro (21,5%), sendo que esses dois últimos também estão entre os motivos mais elencados pelo conjunto da população pesquisada. Gustavo salienta que, “como visto também em relação ao acesso à internet, entre 2022 e 2024, observa-se uma redução gradual do percentual de pessoas que indicaram o preço do aparelho telefônico como principal motivo para não ter celular, enquanto a preocupação com privacidade ou segurança apresentou aumento de participação no período, sendo que essa elevação foi mais acentuada nos grupos etários mais jovens.”

Além disso, outro importante motivo nessa faixa etária foi o fato de que costumavam usar o telefone móvel celular de outra pessoa (17,7%). Entre as pessoas de 60 anos ou mais, por outro lado, chama a atenção que mais da metade das que não possuíam o aparelho alegavam não saber usar (59,3%); em seguida, a falta de necessidade foi apontada por 24,1% dos idosos.

Para os estudantes, preço do aparelho é o principal motivo para não ter celular

Entre os estudantes, em 2024, os principais motivos para não ter telefone móvel celular foram: o aparelho telefônico era caro (26,0%), a falta de necessidade (21,0%) e a preocupação com privacidade ou segurança (20,2%). Outro motivo frequente foi utilizar o telefone móvel celular de outra pessoa (18,2%).

Entre os não estudantes, o motivo de não saber utilizar o aparelho (44,0%) teve peso bem maior, seguido pela alegação de falta de necessidade (22,2%), ao passo que o motivo financeiro relativo ao aparelho apresentou um percentual menor (16,0%).

Como a maior parte dos estudantes que não tinham telefone móvel celular para uso pessoal era da rede pública de ensino (89,9%), os motivos alegados por estes se concentraram nos mesmos motivos observados para o total de estudantes: o valor do equipamento (27,7%), a falta de necessidade (20,3%), a preocupação com privacidade ou segurança (18,7%) e o uso do aparelho de outra pessoa (18,6%). Contudo, entre os estudantes da rede privada, o principal motivo era a preocupação com privacidade ou segurança (33,4%), seguida pela falta de necessidade (26,7%). Uma parcela bem menor (10,6%) apontou como principal motivo o preço do equipamento.

Mais sobre a pesquisa

Desde 2016, o módulo anual de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua analisa o acesso à Internet e à televisão e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal, com detalhamento geográfico para Brasil, e Unidades da Federação. Acesse o material de apoio e a publicação completa para mais informações.