O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (23), às 10 horas, os dados referentes ao Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista - Resultados preliminares da amostra. A coletiva pública foi realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Rio Grande do Norte, em Natal (RN), e contou com a presença de 300 pessoas no local, entre elas professores, estudantes, autoridades, servidores do IBGE e convidados, e foi transmitida pelo IBGE Digital e pelas redes sociais do Instituto. Assista aqui o vídeo.

A divulgação traz informações referentes à existência de deficiência e os tipos de dificuldades funcionais - enxergar, ouvir, andar, pegar pequenos objetos e se comunicar, realizar cuidados pessoais, trabalhar ou estudar - por uma limitação nas funções mentais. Também foram apresentados pela primeira vez os resultados para pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista. Os dados, desagregados por sexo, cor ou raça, grupos de idade e escolarização da população, foram disponibilizados para Brasil, Grandes Regiões, Estados, Municípios e outros recortes geográficos compostos a partir de Municípios. Veja os resultados sobre deficiência e autismo.

Participaram do evento o diretor-adjunto de Pesquisas, Vladimir Miranda, o coordenador-geral de Documentação e Disseminação, Daniel Castro, o representante da Coordenação Técnica do Censo Demográfico (CTD), Pedro Helal, a superintendente do IBGE no Rio Grande do Norte, Fabiana Fábrega, além de servidores do IBGE.

Entre outras autoridades, estiveram presentes o superintendente do Ministério da Saúde no Rio Grande do Norte, Jalmir Simões, o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo do Conselho Federal da OAB, Bruno Farias, e o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), Décio Santiago. A apresentação técnica ficou por conta dos analistas Luciana dos Santos e Raphael Alves.

Em vídeo, o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, exaltou o trabalho do Instituto em divulgar os resultados das pessoas com deficiência e com diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista). “Essas informações são necessárias para informar, do total dos brasileiros, aqueles que exigem uma preocupação especial, seja das famílias e, especialmente, das políticas públicas do nosso país. Estes dados contribuem para que o Brasil conheça melhor a realidade do seu povo e, a partir desta realidade, seja transformada em políticas públicas adequadas”, retratou o presidente do IBGE.

Jalmir Simões parabenizou mais uma entrega do IBGE, desta vez no Rio Grande do Norte. “Quando se fala de IBGE, lembro do período em que fui gestor. Em qualquer decisão que envolva política pública, usamos estes dados do Instituto. É essencial o levantamento destes resultados, que dão visibilidade a grupos sociais muitas vezes invisibilizados pela sociedade”, citou o representante do Ministério da Saúde.

Representando o presidente da OAB-RN, Bruno Farias agradeceu ao IBGE pela iniciativa de levar informações tão relevantes à sociedade. “Digo sem medo de errar, este é um dos momentos mais importantes da história para as pessoas com deficiência, pois a partir daqui, teremos um parâmetro conclusivo de quem são eles”, explicou Farias.

Wladimir Miranda ressaltou a divulgação dos resultados do Censo como uma conquista da sociedade. “Nosso último Censo passou por muitos desafios para chegarmos até hoje, como questão orçamentária, insurgência de uma pandemia, assim como as fake news. Neste cenário, é dever do IBGE trazer informações fidedignas, que deem respaldo para conhecermos a sociedade e para a formulação de políticas públicas”, explicou o diretor-adjunto de Pesquisas.

Representante da Coordenação Técnica do Censo Demográfico, Pedro Helal relembrou como esta operação estatística é relevante. “Pela primeira vez, o Censo traz informações em nível nacional sobre as pessoas com deficiência e aquelas com diagnóstico do espectro autista. Esta é uma entrega de enorme relevância social e estatística, pois aprofunda o retrato destas pessoas por meio da amostra, com base em uma abordagem que segue padrões internacionais e foi cuidadosamente adaptada à realidade brasileira”, disse Helal.

Fabiana Fábrega exaltou o prazer em representar o IBGE neste evento. “Temos a honra de receber esta divulgação que trata, sobretudo, de inclusão. Estas informações contribuem cada vez mais para incluir pessoas com deficiência e autismo nas políticas públicas Se quer saber sobre o Brasil, pergunte ao IBGE”, disse a superintendente do IBGE no Rio Grande do Norte.

O presidente do CONADE, Décio Santiago, explicou que o IBGE “é importante na veiculação destes dados transformadores na vida destas pessoas. Com esses números, sabemos quem são e onde estão estas pessoas, além de descobrir como elas vivem. Agradecemos ao IBGE pelo trabalho de visitar cada endereço do país em busca destes dados”.

IBGE oferece oficina para gestores públicas, pesquisadores, educadores e estudantes

Na sequência do evento, o IBGE realizou a oficina “Um território de informações: potencialidades dos dados do Censo 2022” para gestores públicos, educadores e estudantes, das 14h às 17h30h.

Foram apresentados, além dos aspectos técnicos e operacionais da pesquisa, suas potencialidades para a tomada de decisão dos gestores locais, sejam eles municipais ou estaduais. Entre os temas abordados: o que é o Censo?, números do levantamento, temas investigados, novidades do Censo 2022, Pesquisa de Pós-Enumeração, além das potencialidades das informações aos gestores locais.

Houve, também, apresentação de ferramentas como o Panorama do Censo 2022, a Plataforma Geográfica Interativa (PGI), o Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) e o Banco de Dados de Informações Ambientais (BdiA). Além de tratar sobre outros temas já divulgados e das perspectivas para as próximas divulgações.